4 de mai. de 2009

A continuação do parque,

Sentou-se na sua poltrona predileta. Abriu o livro de crônicas, que estava lendo há semanas. Nesse dia, havia assuntos urgentes para resolver, como ir ao médico fazer seu “check-up” e deixar uma encomenda na casa de um amigo. Depois das atividades, sentou-se novamente em sua poltrona de couro que ficava logo à frente a janela.

Era um jovem de boa memória, pois saberia contar as crônicas completas, para quem quisesse perguntar. Sabia o nome dos coadjuvantes e protagonistas de todas as crônicas. Para ele era como se cada personagem existisse. Se alguém pedisse para descrever, ele conseguiria perfeitamente. Divertia-se bastante com a leitura e assim, passava horas e horas sem nenhuma pausa. Cada palavra entrava em sua memória e assim ia absorvendo toda a estória.

A concentração era absoluta. Aos poucos, os personagens iam adquirindo cor e vida foi testemunha de um julgamento de um traficante. O mesmo estava depondo diante ao juiz, quando alguém do réu, o interrompeu dizendo “criminoso criminoso”. O juiz pede silêncio e continua a ouvir o traficante, que começara a suar demasiadamente. O suor dele incomodava o leitor, que logo se dispersou da crônica e perdeu-se diante a estória. Depois de alguns suspiros e uma tosse, voltou à leitura com a mesma concentração de antes. Pode presenciar assim o fim do julgamento, onde o traficante foi condenado culpado.

Sentiu a emoção tomando conta de si entre as quatro paredes daquele quarto e a janela a sua frente. Quem passasse por ali, poderia perceber o quão compenetrado estava o jovem sentado na poltrona de couro lendo seu livro de crônicas.

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